As bactérias são o grupo dominante de microrganismos que constituem nosso microbioma, e a maioria se concentra no intestino.
Elas podem interferir significativamente na nossa fisiologia e aumentar ou não a suscetibilidade do indivíduo a doenças. Dentre suas várias funções, participam da digestão, produção de ácidos graxos de cadeia curta, síntese de vitaminas, manutenção do sistema imunológico e possuem influência na permeabilidade da barreira mucosa.
A ligação entre tais microrganismos da microbiota e a nossa saúde mental tem cada vez mais sido alvo de estudos. A tendência médica, hoje, é levar em consideração a condição do microbioma intestinal no tratamento de pacientes que também apresentam sintomas psiquiátricos e neurológicos.
Neste sentido, o cuidado com a microbiota é fundamental e, para isso, cada vez mais há medicamentos e suplementos que auxiliam nesse processo de manutenção dos microrganismos presentes no nosso corpo. Tais substâncias se dividem em três categorias: os probióticos, os prebióticos e os pós-bióticos; e a seguir explicaremos o que são cada uma delas e qual seu modo de ação.
Os probióticos são microrganismos vivos “que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem um benefício à saúde do hospedeiro”. Os benefícios proporcionados pelos probióticos incluem: melhora na saúde intestinal, ação antialérgica e prevenção de alguns tipos de câncer, além de contribuir para a saúde mental do indivíduo. Devemos lembrar que a maioria das bactérias é adquirida desde a formação gestacional até o nascimento e sua manutenção ocorre através da dieta. Pessoas que possuem uma dieta saudável, possuem uma microbiota equilibrada.
Atualmente, os psicobióticos entraram para a categoria de probióticos, pois possuem os mesmos mecanismos de ação e benefícios.
“Dinan et ai. definiram psicobióticos como probióticos que, quando ingeridos em quantidades adequadas, produzem benefícios à saúde em pacientes que sofrem de doenças psiquiátricas. Além de um efeito positivo no intestino, os psicobióticos contribuem para alterações nas concentrações de neurotransmissores e proteínas cerebrais, redução dos níveis de cortisol e alterações nos níveis séricos de citocinas, que consequentemente levam a alterações comportamentais, como demonstrado em estudos animais e clínicos.”
Os prebióticos são substratos alimentares seletivamente utilizados, que não são digeridos pelo organismo, mas que estimulam a ação dos microrganismos do nosso intestino. “São polissacarídeos não digeríveis, como oligossacarídeos, frutanos e galacto-oligossacarídeos” que são encontrados em produtos naturais e dietéticos.
Estudos apontam que os prebióticos podem ajudar a diminuir a gravidade de algumas doenças, como: transtornos mentais, diabetes, síndrome do intestino irritável, algumas doenças infecciosas e até mesmo a reduzir a probabilidade de câncer no cólon.
Há medicamentos e suplementos que possuem os dois, probióticos e prebióticos, resultando nas chamadas composições simbióticas.
Já a definição de pós-bióticos, assim como sua composição, foram detalhes discutidos recentemente. A Associação Científica Internacional para Probióticos e Prebióticos (ISAPP) é uma organização sem fins lucrativos de pesquisadores e cientistas que se dedicam ao avanço dos estudos de probióticos e prebióticos e, a partir de inúmeros painéis e discussões, tentou definir parâmetros de substâncias pós-bióticas.
Substâncias pós-bióticas são
células microbianas deliberadamente inativadas, com ou sem metabólitos ou componentes celulares, que oferecem benefícios à saúde.
Outros termos já foram utilizados para se referir aos pós-bióticos, como: paraprobióticos, probióticos mortos pelo calor, metabióticos etc. Produtos do metabolismo bacteriano e componentes celulares não se qualificam como pós-bióticos, mas podem estar presentes em sua composição.
Os mecanismos de ação dos pós-bióticos são semelhantes aos de probióticos, e consistem em: aumento da função barreira da camada epitelial, modulação do microbioma do indivíduo, controle das respostas imune, do metabolismo sistêmico e manutenção da sinalização entre microbiota e sistema nervoso.
- Fonte: Gabbia Insights (Edição 32, dezembro de 2021).
Para saber mais acesse o texto na íntegra em: https://bit.ly/3G4tdDs
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